Há séculos que não vinha cá escrever. Até me sinto estranha a pôr palavras neste espaço. Mas cá vai.
Este ano, na altura da passagem de ano e depois de ouvir um podcast sobre o tema dos objetivos/intenções de Ano Novo, decidi trocar a típica lista de objetivos por uma palavra-guia. Uma intenção que serve de bússola. Para 2025 escolhi Saúde. Sobretudo a física, porque as outras — mental, emocional, espiritual — já tinha andado a trabalhar (e de que maneira!) nos últimos anos. E a verdade é que, olhando para trás, andava a tratar o meu corpo de forma nada saudável: alimentação meio desleixada, zero exercício, noites mal dormidas e o vício do cigarro. Tinha descurado por completo da minha saúde física. Essa é a verdade.
Só que, fruto do trabalho psicológico/emocional que tinha feito até então, e à medida que fui ganhando autoestima e vontade de me preservar, percebi o desalinhamento: a mente crescia, mas o corpo ficava para trás. Então, decidi mudar.
Tirei uma fotografia aos meus hábitos e estilo de vida e fui, aspecto a aspecto, avaliar o que fazia bem e o que era para melhorar ou modificar por completo. A realidade é que, e agora olhando para trás, eu tinha um estilo de vida longe de ser perfeito. Comia mal, era sedentária, dormia menos do que devia (e adormecia a olhar para um ecrã, literalmente), e fumava regularmente... enfim! Estava a auto destruir-me fisicamente, embora na prática não sentisse nada de mal ou nenhum problema de saúde específico, felizmente.
Aqui vou resumir as principais mudanças de hábitos, rotinas, etc.
EXERCÍCIO FÍSICO
Esta foi talvez a maior mudança que fiz. Já começou antes deste ano - já o ano passado comecei a fazer umas coisas, ainda assim, era pouco. Era no máximo 2x por semana e exercício de baixo impacto. Em 2024, passei de totalmente sedentária (0 exercício) para muito ligeiramente ativa. A realidade é que nessa altura, ainda não estava 100% decidida a fazer esta mudança. Sabia, racionalmente, da importância de me movimentar mais, mas não encontrava forças para fazer. Ainda cheguei a ir ao ginásio durante um tempo, mas era sempre um sacrifício ir, arranjava sempre desculpas para não ir e, oh, como detesto máquinas! Sentia-me morta por dentro, ter de usar aquelas máquinas, andar ou correr numa passadeira, a olhar para uma janela. Mas a realidade é que não eram as máquinas, era eu que no fundo no fundo, não queria estar ali. Em 2025, aumentei em muito a frequência e intensidade. Ao início, claro, contrariada. Porque sou preguiçosa, gosto de conforto e de me mexer pouco, ahahah. Mas hoje em dia já não consigo ver a minha rotina sem incluir exercício. Comecei a ganhar gosto e está completamente integrado.
Então, agora faço: no mínimo, 30 minutos de caminhada por dia, logo de manhã, antes das 8h. Nas férias ou em dias que tenho mais tempo e aos sábados, faço 1h no mínimo (às vezes mais, porque chega a 1h e me apetece continuar!). Faço também active yoga, para fortalecimento muscular e zumba para algo mais cardio e transpirar a sério; e ainda, aos sábados, faço uma sessão de exercício em casa, aqui vou variando os treinos, faço uns do Youtube ao calhas. All in all, em 7 dias da semana, exercito-me 5. Um é de descanso (domingo) e o outro é porque não tenho horário (por motivos familiares e de trabalho) para o fazer. Mas acho que 5/7 é ótimo, para quem não fazia nada.
Estas rotinas, e especialmente a da caminhada, está de tal forma implementada, ao ponto que até mesmo de férias as faço. Estar num sítio diferente não me impede, em nada, de pegar nos phones, calçar uns ténis e ir andar de manhã, antes do resto do dia começar. E o que mais mudou foi mesmo isto: eu agora faço porque quero e porque me dá gosto e não por obrigação. Porque antigamente, eu encararia um período de férias como desculpa para não ter de realizar a obrigação. E agora, não. Mesmo de férias vou, porque quero, porque faz toda a diferença no modo como começo o dia em termos de me sentir bem. Faz-me sentir mesmo muito bem, ter aquele tempo exclusivamente para mim de manhã, antes de enfrentar o resto do dia e das obrigações. E portanto esta foi das mudanças mais positivas que fiz e agora que tenho o hábito enraízado faz alguns meses, já posso considerar que é uma mudança adquirida com sucesso e para manter.
ALIMENTAÇÃO
Lembro-me de uma Cláudia que comia chocapic ao pequeno-almoço e Ice Tea em todas as refeições (sim, mesmo, algo que hoje em dia me é inconcebível). Bom, há anos que larguei isso, felizmente, essa não é uma mudança recente. A mudança na alimentação não foi assim tão drástica pois, quando decidi analisar melhor os meus hábitos alimentares para melhorar este aspeto, concluí que não estava assim tão mal como no facto de não fazer exercício. Ou seja, já tinha alguns hábitos saudáveis neste ponto, mas decidi aprimorar ainda mais. Idealmente, até perder algum peso.
O que eu já fazia bem e que mantive:
- Jejum intermitente. Já faço há pelo menos uns 3 anos (acho que até mais) e já nem vivo sem fazer isto. Sinto que me faz bem a tudo. No meu caso, e após experimentar alguns horários diferentes, concluí que o melhor que se adapta comigo, com o meu estilo de vida, preferência e rotinas, é mesmo saltar o pequeno-almoço. Porque gosto de cear antes de dormir, pelas 22h, algo leve, faço então jejum das 22h de um dia até às 12h do dia a seguir, cerca de 14 horas. Como grande parte desta janela é passada a dormir, acaba por ser natural só almoçar e, de manhã, apenas bebo água com limão e por vezes erva-mate, e café sem açúcar. Isto mantém-me hidratada e não quebro o jejum. Faz-me sentir bem fazer este horário, por isso, mantive. Já agora: é um mito que não se deve exercitar em jejum; no meu caso, pelo contrário, faz-me sentir muito mais leve e com mais energia, do que caminhar depois de comer, por exemplo;
- Ingestão de legumes, saladas e fruta. Embora não adore legumes, adoro fruta e gosto de sopa, por isso consumia por essa via, apenas aumentei a frequência (a sopa, particularmente, para todos os dias numa das refeições principais). Saladas, adoro, como imenso e é continuar, sobretudo como acompanhamento ao jantar, para evitar os carboidratos à noite;
- Evitar demasiado açúcar, sal, alimentos ultraprocessados, etc. Isto também já fazia, e continuo a evitar. Comecei a prestar mais atenção aos rótulos e a evitar comidas que tenham mais de 2 ou 3 ingredientes na sua composição e, aliás, quanto menos embalados, melhor.
- Vegetais em todas as refeições; sopa e salada ao jantar, sempre; legumes ao almoço (antes era só, por exemplo, carne/peixe com arroz/massa, era muito básico);
- Reduzi o consumo de hidratos de carbono e substitui-os por integrais: pão, arroz massa. E quebrei o meu próprio preconceito de que estes sabiam pior;
- Reformulei os snacks/lanches. Era aqui que me espalhava. Era iogurtes com açúcar e bolachas. Substituí por coisas mais saudáveis e saciantes: ovo cozido com abacate (uma combinação que descobri ser deliciosa e deixar-me sem fome), fruta, iogurte natural com aveia, gelatinas. Há todo um mundo de snacks saudáveis que eu desconhecia por completo!
- Proteína Whey. Embora seja algo ultraprocessado, que faz parte daquilo que evito, abri uma exceção para isto, não só para garantir a ingestão de proteína nas quantidades que preciso, como também para não perder massa muscular e não ficar com aquela fome desenfreada pós-exercício.