O MEU ANO NOVO COMEÇOU
NO DIA 20 DE JANEIRO DE 2024.
Depois da porrada (dura e
necessária) que levei em 2023, tinha recebido um convite para fazer uma
integração terapêutica este fim-de-semana, dia 20/01/2024, no entanto, ainda
tinha uma pedrinha no sapato, uma pendência, uma coisa que estava completamente
fora das minhas mãos - e por isso estava hesitante em aceitar o convite, sentia
necessidade de fechar aquele tema de vez.
Manifestação?!
No entanto, eu já tinha decidido internamente: eu já SOU a
pessoa que já não tem este problema. Houve um momento específico em que
eu tomei esta decisão energética de já não ser a pessoa que
tinha aquele problema, no dia 23 de dezembro; mas a verdade é que ainda havia a
possibilidade do problema voltar para me assombrar, e eu nada podia fazer
quanto a isso. A única coisa que podia fazer -e que fiz - era entregar,
confiar, e ir. O problema voltou efetivamente, na segunda semana de janeiro, e
mais uma vez eu pensei para comigo mesma: ok, vou enviar o que me estão a pedir
e novamente confiar, não pressionar, simplesmente não fazer nada e
continuar a ser a pessoa que já não tem este problema, que já não tem este
bloqueio. Estava completamente fora das minhas mãos, o que iria
acontecer, mas estava nas minhas mãos, a decisão de como me sentir
sobre isso e de como agir (ou não agir mais, neste caso, não forçando
nada) e fiz o que estava alinhado comigo: SER a pessoa que já não tinha
aquele bloqueio.
No dia 19/01/2024 recebo um email
que confirma a conclusão deste processo. Pela primeira vez na minha
vida, eu acreditei que tinha manifestado algo. Eu já me tinha
considerado SER a pessoa que não tinha esse problema e naquele momento eu
recebi uma mensagem clara, muito clara, de que as coisas se tinham alinhado,
porque eu me tinha alinhado, porque eu tinha tomado uma decisão energética.
Inclusivamente, ao receber o e-mail, fiquei contente, mas não mais aliviada do
que já me sentia antes. E aí percebi, que o facto de eu ter assumido aquela
decisão energética me fazia também, para alem de ser, SENTIR-ME a
pessoa que já não tinha aquele problema. Então, emocionalmente, eu já estava
lá.
Eu sempre fui muito desconfiada de coisas
mais "extremas" como "manifestação", "alinhamento dos
astros ou do universo", mas eu SENTI, eu senti, que alguma coisa estava
ali a atuar. E eu sou zero de religiosa ou de acreditar em qualquer tipo de
deus como uma entidade externa e castradora, mas de facto, já tinha por
diversas alturas da minha vida, sentido que existe algo como que a
guiar-me. Até cheguei a escrever
sobre "a sorte que tenho". Não sei o que é esse
algo, mas não sinto que preciso de saber. Existe magia no mistério e no
desconhecido.
Durante o resto desse dia, assim como
entre os dias 19 e 20 de janeiro, várias coisas aconteceram que me fizeram
realmente perceber que havia algo mais, inexplicável para além
dos conceitos de sorte ou coincidência.
Intenções
As minhas intenções para o que iria
acontecer no dia 20 de janeiro passavam por:
- fazer um closure emocional
e energético de todos os processos difíceis pelos quais passei em 2023 (o material tinha
ficado feito, e a derradeira conclusão do plano físico chegou no dia
imediatamente antes)
- sedimentar o meu caminho de evolução
pessoal, mais particularmente trabalhar nos meus padrões de auto-dúvida, se
possível eliminá-los, naquela de aprender a confiar mais em mim, sem duvidar de
mim;
- perceber de forma mais profunda,
expandida e "líquida" (aceder a um estado de liquidez) o porquê de eu
ter aquele padrão de procurar problemas, aprofundar e entender essa minha
necessidade, e se possível, eliminá-la. De um modo geral, identificar e trazer
à luz algumas crenças negativas com o intuito de as eliminar. (hoje rio-me sobre isto,
e mais à frente explico porquê).
No dia 20/01/2024, alinhei nesta sessão
terapêutica de closure, com duas pessoas de grande confiança. Era
eu sentada num cadeirão durante horas, a absorver um sol incrível,
em que às tantas eu tornei-me nesse sol - eu e o sol éramos um só; era
eu a dançar e a sentir como sou a super-heroína da minha vida. Era
eu a sentir um empoderamento pessoal, uma autoridade
pessoal, como raras vezes senti. Era eu a falar e a falar e a falar, a
ouvir a ouvir a ouvir, e a abraçar, abraçar, abraçar, a enviar amor para todo o
mundo, a falar comigo própria, a criticar-me pelo meu overthinking,
pela minha mente que nunca se cala, para logo de seguida entender que isso só é
"mau" porque eu acredito que é "mau". Foram horas de
uma familiar e blissful liquidez. Foi como desordenar todo o
puzzle que constitui a minha "identidade" para poder reorganizar as
peças. Ou como moldar plasticina.
Era eu, por fim, numa melancolia,
numa tristeza, a sentir todas as camadas das quais fiquei despida por
umas horas, a voltarem, e era eu a acolher essa tristeza, e a perceber que
aquele tom de tristeza tocava na felicidade, como duas faces de uma mesma moeda,
e que a melancolia deve ser, também ela, sentida, acolhida, pois
também ela é tão enriquededora. Uma melancolia que senti como tão
quentinha, tão deliciosa, também ela tão acolhedora, também ela a dizer-me algo
como "não faz mal nenhum sentires-te triste. Sente-te triste, apenas.
Não me dês um nome ou uma interpretação".
Sabedoria Corporal - The Body Kind of Knowledge
Quando eu digo sentir, digo
que há algumas experiências que eu já tive e que quero continuar a ter, em que
há uma camada enorme de sabedoria que é corporal, que ultrapassa os
limites do racional, do cognitivo, do verbal. É como se eu soubesse,
já, com o corpo, sem ter sequer de recorrer a palavras para justificar seja o
que for. É completamente intransponível em palavras. É como se eu
sempre soubesse; essa sabedoria sempre esteve lá, mas é sempre tão
difícil de aceder por todas as camadas de medos, preconceitos,
pensamentos, "personalidade", identificações, egos, que levamos em
cima no nosso dia a dia.
Exoterismo & o
Mistério do Desconhecido
Mais à frente, senti algo dentro de mim a
dizer "faz a soma dos números do dia de hoje". A soma dava 11.
11 é meu número de vida. Tinha-me dito também uma amiga que neste dia,
iniciaria um novo trânsito astrológico que só acontece a cada 250 anos (e,
claro, logo as minhas vozes internas e críticas a achar que era tudo treta, mas
outra parte de mim a dar por si curiosa e fascinada com estes factos).
Eu era bastante preconceituosa com tudo o
que era exoterismo. Se, por um lado, me fascinava, porque existe algo em mim
que tem muita curiosidade pelo desconhecido ou inexplicável pela ciência, o que
predominava em mim ainda era a parte que dizia "please, none of that is
real". Whoo-oo! Universo, astrologia, numerelogia, intuição, mensagens
do universo. Eu adoro ciência, adoro explicações racionais e lógicas, adoro
entender, perceber, compreender, ler e digerir informação de uma forma
científica que me faça sentido e que alimente o meu racional. Eu era
bastante descrente em tudo isto mas neste dia, uma
chave rodou dentro de mim. Eu percebi, de uma forma corporal, que a
magia e o mistério que existem no desconhecido, naquilo que eu NÃO SEI, é uma
das coisas que mais me faz sentir significado e sentido na vida. E
também que, neste campo, não tem de ser tudo ou nada. Continuo a gostar do
racional, continua a alimentar-me imenso o saber a explicação científica de
algo, mas também me dá gozo o simplesmente estar na fronteira do
desconhecido.
Como as minhas intenções
me levaram para o lado oposto do que eu pretendia - e como era isso que eu
precisava
O maior breakthrough que
tive, foi a questão da auto-dúvida. Eu entendi que até então estava
a colocar um esforço desmedido para me LIVRAR dela. Tinha
inclusivamente posto isso como intenção, "eu sem auto-dúvida", não me
apercebendo da guerra que estava a travar. E entendi que o meu caminho não é
livrar-me dela, mas sim integrá-la. O padrão da dúvida faz
parte de mim, provavelmente irá sempre acompanhar-me, mas o
deixá-la assombrar-me é uma escolha minha, do meu ser superior, da
tal sabedoria interna que está sempre lá atrás das camadas todas.
A dúvida é para integrar, não para
exterminar, evitar, fugir dela ou colocá-la debaixo de um tapete constantemente,
fingir que ela não está lá. Ela está cá. Ela está cá
CONSTANTEMENTE. O meu caminho e o meu processo passam muito por aprender a
viver com ela. Não a ver como uma doença a ser curada a todo o custo. Não estar
sempre nesta guerra interna de ter um "objetivo final" como se se
tratasse de uma maratona em que haveria de acordar um dia e dizer "não me
sobra uma réstia de dúvida". Deixa-a lá estar. E uma vez que a
deixo estar, que a deixo existir, que a integro, como apenas mais uma parte de
entre todas as que me constituem, então eu vejo, como tudo flui de forma
perfeita, de forma quase divina, da forma como tem de fluir.
A minha intenção inicial era livrar-me da
auto-dúvida, este grande tema na minha vida, porque ela se enraízou em mim de
forma celular devido à minha infância, mas negá-la, seria negar todo o
passado que me trouxe ao dia de hoje. Então, eu não vou negá-la mais. Vou
acolhê-la. E só por entender isto, a minha sensação de atrito interno
reduziu substancialmente. Um alívio!
Um outro grande breakthrough que
tive foi o finalmente trazer do inconsciente ao consciente, o quanto eu
acreditava verdadeiramente que sou "defeituosa de origem". A
frase que me vinha constantemente era "I believe I am fundamentally
faulted". E como essa crença acabava por me guiar e me dar
sempre uma inquietação de nunca poder estar sossegada sem ter nada para
resolver. Não me permitia estar em paz, por não merecer essa paz, por
ser tão defeituosa. Não merecia paz nem amor incondicional, porque sempre tive
de provar, a quem me deveria amar incondicionalmente, de que tinha de o
merecer, tinha de provar e de fazer sempre mais e mais, e ser sempre mais e
melhor, para receber esse amor. Mas isso já não é verdade hoje. Isso foi,
infelizmente, verdade durante muito tempo, mas já não é. E eu precisava
fazer essa distinção.
O tal "arranjar sarna para
me coçar" que escrevi na última vez. Era isso que motivava.
Nunca ia acabar. Era inglório e injusto para comigo mesma. E o facto de trazer
essa crença à luz permite-me agora trabalhar nela - lá está, não enterrá-la,
não fugir dela, não querer exterminá-la, mas sim integrá-la, aceitá-la como
parte do meu ser, trabalhar com ela, ao lado dela, não contra ela. Então, se
não preciso de estar sempre inquieta a achar que toda eu sou um trauma e um
problema para resolver, posso finalmente descansar na minha simples existência
presente.
I AM FUNDAMENTALLY OK.
Esta ideia de que eu não sou má, afinal,
eu não sou um problema. O meu íntimo mais íntimo é mesmo, na realidade, Amor.
O que aconteceu no dia 20/01/2024 não foi
apenas mais uma expansão do meu ser, da minha consciência, da minha existência.
Foi, verdadeiramente, o início de uma nova ERA na minha vida.
Foi integração, foi acolhimento, foi amor, foi superar-me um bocadinho
mais, foi amor, tanto amor, tanto amor próprio, tanto amor até por quem me deu
tudo menos amor. E, de repente, leio o meu último post e
penso: aquilo não sou eu, aquilo são as minhas ilusões e as minhas
auto-críticas. Aquilo é a minha crença, bem profunda, de que eu sou defeituosa,
de que eu sou má por defeito, de que eu sou um problema, a manifestar-se, a
operacionalizar-se no mundo 3D.
MANDA AMOR. MANDA AMOR.
MANDA AMOR.
Será o objetivo livrar-me disto? Não. Deixa-as estar lá. Manda amor
para elas. Manda amor à dúvida. Manda amor à crítica, à culpa, à vergonha, à
crença de que sou defeituosa, não merecedora, bla bla bla. Manda amor. Manda
amor. Manda amor. A minha intenção era tornar-me mais perfeita (era
isso que estava subjacente, agora que leio), e no fim fiquei a perceber
(corporalmente) que posso ser melhor para mim mesma se não me forçar a
ser melhor e mais perfeita.
E isto, sim, é saúde mental.
No dia 20/01/2024 tive o equivalente a 5 anos de psicoterapia e queria que isto
ficasse registado para a posterioridade!
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