domingo, 4 de agosto de 2024

24052023 | Viver a minha vida de sonho HOJE

 

Uma das maiores aprendizagens que tenho tentado fazer ultimamente é um conceito que não me é de todo estranho, mas que no dia-a-dia acaba por se perder, que é, o simples viver no agora, no hoje. Isto é tão cliché!, mas um daqueles que é verdade e se o soubermos integrar, pode ser life-changing...

Muitas vezes tendo a focar-me no passado: os meus traumas, bloqueios e o porquê deles, a necessidade de os desconstruir e compreender para pavimentar caminho e melhorar a minha vida no presente. Isto é fundamental, mas se ficarmos demasiado tempo nesse lugar, torna-se destrutivo!

Outras vezes, no futuro: os meus objetivos, e sub-objetivos, as tarefas diárias. Modéstia à parte, sou muito boa nisto! A definir objetivos, a subdividi-los à unidade do dia (do género fazer X coisa por 10 minutos por dia não é nada, mas a soma de todos os dias, vai crescendo), a organizar-me. É extremamente importante mas, se fico muito tempo nesse lugar, também se torna destrutivo, porque aí surjem os imprevistos, as coisas que não controlamos e, em última análise, com tudo isso, a ansiedade, o medo e a desmotivação.

(o facto de eu já conseguir nomear estes pensamentos e sentimentos para mim é um big win, porque antigamente era tudo só caos mental, e cada vez agora consigo perceber e organizar melhor esse caos; autoconhecimento é TU-DO!)

Então, sweet point está no meio disto tudoEu tenho uma ideia bem definida do que seria a minha vida de sonho e dois grandes impedimentos: as limitações que coloco a mim mesma pelas minhas feridas do passado; e o facto do estilo de vida que ambiciono não se coadunar com a necessidade atual que tenho de trabalhar a full-time (therefore o objetivo da liberdade financeira, não é o ter muito dinheiro ou ser rica, mas sim ter todo o tempo que eu quiser para o que eu quiser fazer, esse sim é o objetivo último, e não o dinheiro em si, que acaba por ser só a base para que isso seja possível em termos práticos).

Ou seja, no fundo, eu tendo a condicionar o meu presente com m*rdas do passado e do futuro!

Mas PORQUÊ?!

Quando páro para realmente tentar responder a esta questão, surgem uma série de outros porquês e, caramba, quanta beleza vejo nesta desconstrução. O processo de desconstruir os nossos porquês é uma viagem linda - e lá está, para quê a pressa de descobrir já, quando posso simplesmente apreciar essa viagem de conhecimento a todos os níveis. Para mim, aprender uma coisa nova por dia, seja sobre mim mesma (tipo breakthrough, realizações), seja sobre os outros, seja sobre o mundo ou o universo, é algo que me dá um sentido de autorealização imenso.

 

Um dos meus callings

Esta questão de encontrarmos "o nosso propósito" é uma coisa que sempre me colocou muita pressão. Antigamente, eu era obcecada por experimentar de tudo até encontrar algo que seria "a coisa" que eu mais gostava, para a qual tinha jeito e que podia especializar-me. Essa coisa nunca chegou, no entanto, o processo de tentar encontrar isso dava-me (e dá-me) imenso prazer, e levou-me anos a chegar ao pensamento que tenho agora: o meu calling é esse processo de aprender, de explorar coisas novas. Já perdi a conta aos cursos e mini-cursos e formações e mini-formações que fiz e o prazer que tive ao fazê-los para depois os deixar apenas nesse plano, e não seguir uma profissão relacionada com isso. E mesmo em termos de profissões e empregos, já fiz e fui tanta coisa, que às vezes até me esqueço... 😂

Escrevi de forma mais detalhada sobre isso num outro post, no entanto, em resumo, é muito isto. Um dos meus callings é este e se imagino a minha vida de sonho seria isso: fazer tudo, uma coisa de cada vez, coisas diferentes, e ter o tempo e liberdade para poder fazê-lo. Mas aqui começa a primeira limitação autoimposta: eu não tenho de esperar por um futuro em que terei toda a liberdade e todo o tempo, para viver esse meu calling AGORA. Aliás, eu sempre o fiz, mesmo não nos moldes que eu queria totalmente. Se um dos meus callings é este life-long learning constante, é despertarem-me interesses de forma espontânea, às vezes só ao ler uma frase ou conhecer uma pessoa interessante ou ouvir um podcast ou um vídeo num youtube ou whatever, e sentir logo aquela urgência (sim, é isso mesmo que sinto, urgência) "tenho de saber mais sobre isto", enfim, ser aquilo a que eu chamo de uma experienciadora de vida e tudo o que ela traz de novo, porque não viver esse processo, mesmo não tendo as condições ideais? (para mim, isso é = tempo e liberdade ilimitadas).



Apaixonar-me pelo processo

Não é nada mais, nada menos do que isto mesmo: apaixonar-me pelo processo de viver este callingagora, não concentrando-me no futuro nem me colocando aquela pressão do "opa, agora gastei 300€ neste curso e não vou fazer nada com ele para ganhar nada" (ainda recentemente aconteceu isso, tirei um curso para um side-hustle e depois percebi que não queria, mas não me arrependi nada de fazer o curso, porque adorei aquilo a nível teórico!  Faria de novo!). Mas ganhei. Foi um investimento em mim. Não saio a mesma pessoa depois de fazer aquele curso. Para além das competências que vou adquirindo, torna-me sempre uma pessoa mais rica, a capacidade de adaptação. Mesmo não me especializando ou não me tornando extremamente competente nessas coisas, o ter contacto com coisas novas é algo extremamente valioso, a meu ver. É como as viagens. É dinheiro "gasto" mas que não é bem gasto. Muitas pessoas evitam começar coisas novas porque a probabilidade de sucesso é mínima, porque já existem milhentas outras pessoas a fazer melhor, e isso torna-se desmotivante. E eu já tive esse problema. Mas como, ao longo dos anos, continuei a sentir este calling, e mudei a minha definição de "sucesso" e a minha perspetiva sobre o tema, hoje em dia o sucesso para mim é continuar a envolver-me nas coisas que sinto que tenho de me envolver, novas porque me fazem sempre crescer.

Então, se eu agora tenho de programar a minha vida para fazer tudo isto (cursos, viagens, retiros, entre outros, mas que geralmente envolvem aprender e experienciar coisas novas e emoções intensas, lol) à volta de um work schedule e family schedule (mas sobretudo o work schedule), não interessa. Um dia não terei de o fazer, mas não significa que no presente não possa contornar a vida real com a minha vida de sonho. Isso, na realidade, dá-me muito alento. Deixa-me feliz por saborear o processo. Fazer o que a minha alma me chama para fazer.

 

Somos mais felizes quando vivemos a nossa vida de sonho HOJE

Lembro-me de um livro que li quando estava em Erasmus, chamado The Geography Of Time. Falava muito na questão de viver no passado/presente/futuro e em como tendemos a ser mais past-oriented, present-oriented e future-oriented e sem dúvida, que naquela altura eu estava numa fase muito present-oriented. Eu estava ali, a viver aquela experiência com a máxima intensidade, sem me preocupar com o passado nem futuro e muito honestamente, foi dos melhores anos da minha vida, um dos quais fui mais feliz, aquela época ficará para sempre guardada na minha memória e coração com extrema felicidade. E embora muitas variáveis tenham entrado para essa equação, sem dúvida que o simples viver no momento presente contribuiu muito.

Estas orientações vão variando conforme as fases de vida em que estamos. Eu, neste momento, estou um pouco nas 3 ao mesmo tempo, e por isso me sinto tantas vezes confusa! Mas, ao identificar isto, isso dá-me uma base para trabalhar e crescer, o ter consciência disso permite-me muitas vezes aperceber-me quando estou a viajar e quando essa viagem (ao passado ou futuro) se torna improdutiva, e consigo chamar-me de volta ao momento presente.

 

Resumindo

Portanto, é isso. É trabalhar esta capacidade de viver no hoje, não estando obcecada com qualquer resultado que queira ter no futuro, e utilizando as minhas feridas do passado para construir um presente melhor, mais pleno, prazeroso para mim, vivendo snippets da minha vida de sonho HOJE e apaixonando-me por todo esse processo. Porque tudo o que temos é o hoje, o agora, e não faz sentido adiar a felicidade. Escrever este post, por exemplo, é muito isso. Eu amo escrever, não sou escritura a full-time, mas esta meia-hora que tirei hoje para escrever isto, soube-me mesmo bem, e faz-me entrar naquele estado mental de "flowem que estou aqui, só aqui, a escrever isto e a tirar um enorme sentido de propósito disto.

 

 

 

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